sábado, 31 de março de 2012

HEAVY METAL & RELIGIÃO

Até assistir ao show do B-52's com Tyma Weymouth and Chris do Talking Heads / Tom Tom Club e ouvir o álbum (pesado e bom) do Power Station (metade dos músicos eram do Duran Duran), eu admito que só ouvia heavy metal e achava todo o resto um lixo... Ainda tinha paciência para ouvir gente discutindo qual seria a melhor banda, guitarrista ou baterista do rock pesado...
Duas coisas sempre me chamaram a atenção nesse gênero:
1. Vi muitos shows e fui em alguns festivais. O número de homens sempre fui superior ao de mulheres, muito superior. Na primeira noite do metal no Brasil, no Rock in Rio, em 1985, parecia mais um grande pátio de prisão: basicamente homens vestidos de preto, muitas drogas e, claro, som pesado.
2. A associação do hevay metal com o diabo...
Os Rolling Stones escreveram "Sympathy For The Devil" em 1969  (a referência era Lúcifer).
Os músicos do Black Sabbath, a partir dos filmes de terror, resolveram escrever assim. Nunca foram ocultistas.
Os músicos do Led Zeppelin, especialmente o Jimmy Page, não escondiam a simpatia pelo ocultismo. Apesar de influenciar algumas letras da banda, Robert Plant tratou de outros temas nas músicas do Zeppelin.
Na sua origem, na década de 1950, o rock era tido como a "música do diabo". 
Talvez esses fatores tenham influenciado a associação do heavy metal com a figura do diabo. Como os representantes do cristianismo eram os principais críticos do  rock na década de 1950, a oposição à essa religião levaria ao seu oposto - o diabo.
O conceito de diabo é uma construção recente. Antes, havia outras religiões que se baseavam no dualismo do bem e do mal. De acordo com o documentário "Zeitgeist", todas foram influenciadas pela concepção do Egito Antigo (por por de 3.000 anos a. C.), que tinha "Hórus, sendo o sol ou a luz" e, por outro lado, existia Set "e Set era a personificação das trevas da noite."
Nesta perspectiva, a referência mais correta ao "mundo da trevas" seria Set e não o diabo (Lúcifer ou Satanás).

domingo, 25 de março de 2012

COZY POWELL

O Robert Plant, quando fala mal do Led Zeppelin, é pura inveja do Jimmy Page que era o líder e o principal responsável pelo som da banda.


No seu primeiro disco solo, "Pictures of Eleven", as duas melhores faixas são as que o Cozy Powell (amigo de John Bonham) toca na bateria: "Slow Dancer" e "Like I've Never Been Gone". Cozy Powell consegue lembrar o estilo de Bonham e, ao mesmo tempo, impor a sua maneira de tocar. Perfeito!!!


A sua insistência em resgatar a sonoridade do Led Zeppelin irritou o Plant, que chamou o óbvio Phil Collins para tocar no resto do álbum. Na sua primeira "tour" solo, Plant se recusava a cantar músicas do Zeppelin. Freud explicaria.


Eu vi o Cozy Powell tocar ao vivo uma vez, com o Whitesnake, na noite "heavy metal" do primeiro Rock in Rio. Impressionado com o radicalismo e pela quantidade dos chamados "metaleiros", David Coverdale avisou no início do show: "faremos o máximo de barulho possível." Com certeza, Cozy Powell contribuiu para isso, com muita qualidade, naturalmente.


Na mesma noite, eu fiquei muito irritado com o baterista do Ozzy, que no seu solo, copiou descaradamente o John Bonham ao tocar com as mãos... A maioria, menos avisada, achou que aquilo era algo inédito!!! Depois tentaram amenizar falando que seria uma "homenagem"... uma coisa bem diferente para quem estava lá e viu tudo ao vivo.


Anos depois, eu assistiria três shows do Robert Plant no Brasil. Mas isso, claro, é outra história. 

sábado, 3 de março de 2012

† PATRICIA MORRISON & THE SISTERS OF MERCY †

 † O álbum "Floodland" é um clássico e foi feito basicamente ao som do baixo de Patricia Morrison. Andrew Eldritch havia trabalhado com ela no projeto do Sisterhood. Não houve tour para o "Floodland". Para o que seria o próximo álbum, "Vision Thing", não seriam só vídeos promocionais. Nos ensaios, havia um novo membro na banda: o guitarrista Andreas Bruhn.
† Os primeiros shows da nova fase, em1990, seriam no Brasil. Dos cinco shows, eu vi três, um em São Paulo e dois no Rio. Isso significa que quase vi a Patricia Morrison tocar ao vivo (o sonho de qualquer fã). 
† No entanto, Eldritch tinha outros planos. Iria fazer um álbum com base no som de guitarras e não do baixo - o que desagradou muita gente. Andreas Bruhn era o "cara". Demitiu Patricia Morrison e chamou para o seu lugar - revolta geral !! - o inexpressivo, falso e odiado Tony James, ex-líder da banda "fake" Sigue Sigue Sputnik.
† Assim, a formação que tocou no álbum e que veio ao Brasil foram os três, mais o guitarrista Tim Brechno (ex-All About Eve) e, claro, Doktor Avalanche.
† Tony James foi demitido ainda durante a "Vision Thing Tour". Não entrou outro baixista. Esse seria mais um trabalho para Doktor Avalanche.
† O grupo teve várias formações depois disto. No show que vi no Circo Voador, em 2006, não havia baixista. Em algumas músicas, contudo, um dos guitarristas tocava o contra-baixo.