quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

FESTIVAIS DE ROCK EM 2005



Fui em dois festivais de música em 2005. Um deles foi o “Claro Q É Rock”. Gostei bastante do show do Nine Inch Nails. Industrial, gótico... É melhor ao vivo do que em CD. Foi o melhor show do festival. Aliás, esse é o tipo de show que – às 2 horas da manhã, no frio, numa sábado a noite – te lembra porque ir num festival de rock vale a pena.
Outra banda... “We’re the Stooges”, avisou o Iggy Pop. Grande show. Grande cara. Provavelmente o punk não teria sido a mesma coisa sem esse pessoal. Adorei a terceira música – “1969”. Um clássico. Poderosa. Não por acaso, The Sisters of Mercy a escolheu para finalizar os seus shows na tour de 1990. Adorei ainda “I wanna be your dog” e “No Fun” (que o Sex Pistols gravou também).
Sonic Youth... Poderia ter sido só meia hora de show. Gosto dos caras. Tenho DVD, etc. Mas, ao vivo, depois de 30 minutos, ficou meio monótono. Provavelmente, num festival de jazz, eles fariam mais sucesso.
Houve ainda o show do ex-vocalista do Faith No More... banda horrível!! ... e o Flaming Lips, que também não gostei. O Good Charlotte era a “banda MTV” da época no festival. Na hora, foi até divertido... No entanto, foi o tipo de show que se esquece fácil, assim como aconteceu com grupos que vi ao vivo como Ugly Kid Joe, Poison e No Doubt.
O outro festival que fui, em São Paulo, em 2005, foi o primeiro Live ‘n’ Louder no país. Fui para ver duas bandas da Finlândia: Nightwish e The 69 Eyes. Quanto ao primeiro grupo... Bem, a vocalista (da formação original, na época) cantou muito! Fantática!! A mistura clássico-ópera-gótico com rock pesado foi bastante legal.
Gostei muito de The 69 Eyes, mas o grupo foi prejudicado na medida em que tocaram durante o dia, sob um sob bastante forte.
Ainda houve, no festival, as apresentações de 3 nadas alemãs – Destruction, Rage e Skorpions – e algumas brasileiras, como Dr. Sin e Shaman. Eu não vi o show do Skorpions. Fui embora mais cedo (queria jantar, afinal, estava lá desde as 13h00). Eu vi os caras no “auge” em 1985, no Rock in Rio. Não iria perder o meu tempo com aquela formação em 2005.
Desctruction é thrash metal. Bom, mas sem novidade. O Rage tocou pesado e com espaço para solos de guitarra e bateria. Nada de novo.
Dr. Sin é uma banda competente. A cover do Kiss – “Dr. Love” – ficou melhor do que a original. O vocalista do Shaman copiou muito o estilo do Bruce Dickson do Iron Maiden. O grupo fez uma cover de “More” do The Sisters of Mercy. Ficou muito boa.
Enfim, para um ano como 2005, até que não foi mal.

O VOCALISTA DO LED ZEPPELIN


Robert Plant, aparentemente, sempre teve problema com a autoridade da figura paterna.
Primeiro, só convenceu o pai de que realmente fazia uma atividade econômica quando saiu um nota do Led Zeppelin no jornal "Financial Times".
Segundo, durante o período do Zeppelin, ele sempre foi comportado e obedecia as decisões do grupo, especialmente do líder Jimmy Page. 
Por que ele tinha esse comportamento? A origem do Led Zeppelin estava no Yardbirds, que ainda possuía contratos para shows mas havia ficado no grupo só o guitarrista Jimmy Page e o empresário Peter Grant. 
 

No filme "The Song Remains The Same", quando aparece a "fantasia" de Grant, ele é mostrado como um mafioso. Nada poderia ser mais apropriado. Ele cuidava dos bastidores do grupo com mão de ferro. Ninguém ousava enfrentá-lo. Protegia a sua banda, muitas vezes, de forma truculenta passando por cima de outros músicos ou grupos em festivais ou até mesmo sobre as autoridades. Era um homem de negócios e fazia tudo para proteger os quatro músicos - para que eles se concentrassem só em fazer música. O resto era com ele.
 

Nesse ambiente, nem John Bonham, que era conhecido como "a besta" por causa da sua violência e falta de controle nos bastidores, ousava enfrentar Peter Grant. Havia uma autoridade no Led Zeppelin além dos músicos. Era considerado o quinto elemento do grupo - tanto é verdade, que no filme oficial da banda só aparecem as sequências de fantasias dos músicos e dele, Peter Grant.
Durante os doze anos do Led Zeppelin, Robert Plant foi o vocalista, letrista e se enquadrava perfeitamente no espírito de grupo, sem estrelismo.
Tudo mudou o a morte de John Bonham e o fim do Led Zeppelin. 
 

Robert Plant queria construir uma carreira solo como se o Zeppelin não tivesse existido na sua vida. Nas tours dos primeiros discos solos, ele recusava tocar qualquer música do Led Zeppelin. 
Tentou outras soniridades. Tentou construir outra identidade. Não foi possível. 
Tanto nos álbuns como ao vivo, Plant voltaria a utilizar o material do Zeppelin. Em seus shows, as músicas da antiga banda eram as mais esperadas e ele as cantava, exceto "Stairway To Heaven".
O problema do Robert Plant com dependência de uma figura paterna reapareceu quando ele foi convidado a fazer um "unplugged" para a MTV. Não fez sozinho. Convidou Jimmy Page para acompanhá-lo. Dessa parceria, além dos shows, foram produzidos dois álbuns.
 

Após este período, Plant voltou para a sua carreira solo, tentando se livrar do fantasma de ter sido o vocalista de uma grande banda liderada por Jimmy Page. Chegou ao ponto, em seus shows de 2012, de apresentar versões do Led Zeppelin como se não existisse o som da guitarra - que era a base de tudo.
Robert Plant faz piadas com o passado e menospreza um dos maiores grupos que existiu na história do rock. Entretanto, de fato, continua cantando "Black Dog" ou "Rock and Roll" como se fosse o inexpressivo cantor da banda formada por Jimmy Page para substituir o Yardbirds.  

Plant conseguiu manter o emprego no Zeppelin depois das críticas que sofreu na primeira tour pelos Estados Unidos. Não precisou ser mais um "office boy" que ia buscar sanduíches para o Jimmy Page e o Richard Cole (assistente de Peter Grant) numa piscina de hotel. Foi acusado e admitiu que plagiava em algumas letras.
 

A verdadeira trajetória de Robert Plant não lhe dá autoridade de criticar o Led Zeppelin, o Jimmy Page ou o John Paul Jones, algo que fez inúmeras vezes. O Led Zeppelin deu-lhe a oportunidade de ser um dos ícones do rock. Ele deve isso ao John Paul Jones, Peter Grant, John Bonham e sobretudo ao Jimmy Page.
As bobagens que Plant diz no período da sua carreira solo, ele não ousava falar enquanto o Led Zeppelin estava na ativa. O que ele ridiculariza hoje, ele deveria falar (na época) na cara do Peter Grant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham. E coragem para tanto? Existe uma palavra simples que define esse tipo de comportamento: traição.

 ROBERT PLANT 2012 
Como tocar uma música do Led Zeppelin sem destacar o som da guitarra de Jimmy Page?
Robert Plant é um caso freudiano.
Se quer "esquecer" mesmo o Jimmy Page, não deveria tocar as músicas do Led Zeppelin.
Deveria tocar as músicas do seu grupo anterior - Band of Joy - cuja sonoridade tem mais a ver com o seu estilo atual.
Por que não faz isso? Simples: o apelo comercial do Led Zeppelin é maior do que a da Band of Joy.
O Led Zeppelin é maior do que o Robert Plant e a síntese do Led Zeppelin é o guitarrista Jimmy Page.
Sem participar do Led Zeppelin, Plant estaria até hoje cantando em pubs ingleses.
Portanto, ele deveria AGRADECER ao Jimmy Page e NÃO tentar ESQUECER a sonoridade brilhante das guitarras do Page nas músicas do Zeppelin.

AINDA... ROBERT PLANT... 
 ... sobre essa coisa de quem copiou quem, olha o comentário de Robert Plant, na introdução de uma música, em 2007, no filme "Celebration Day":

"Em 1935, Robert Johnson gravou uma música chamada 'Terraplane Blues' e...

isso apareceu em vários outros momentos com vários outros artistas desde então...

Talvez Johnson a copiou de outra pessoa, certeza, todo mundo acha isso...

This is a kind a Led Zeppelin 'Terraplane Blues'... It's called 'Trampled Underfoot'...