quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ROBERT PLANT & LED ZEPPELIN


Robert Plant, no início de sua carreira solo, queria produzir algo independente do seu passado com o Led Zeppelin. Nos shows, não tocava músicas de sua ex-banda. Os três primeiros álbuns refletem essa fase: Pictures At Eleven (1982), The Principle Of Moments (1983) e Shaken 'n' Stirred (1985).
Plant participaria do Live Aid com Jimmy Page e John Paul Jones. Tocaram três músicas do Led Zeppelin, sem, contudo, utilizar o nome do grupo.
Somente em 1988, sobretudo com a influência de Phil Johnstone, Plant começaria, de fato, a assumir a influência do Zeppelin em sua carreira solo, contando, inclusive, com a participação de Jimmy Page em duas faixas de "Now And Zen".
Depois viria o álbum "Manic Nirvana" (1990) com fotos na capa que poderiam ter sido retiradas de shows da década de 1970.
A "tour" de "Fate Of Nations" (1993) passou pelo Brasil em janeiro de 1994. Vi o show do estádio do Morumbi. Muito bom. Havia uma mistura das canções da carreira solo e de músicas do Zeppelin.
Posteriormente, Plant foi convidado pela MTV para fazer um "unplugged". Sem o fantasma do ex-grupo (e talvez por insegurança mesmo), ele convidou o guitarrista Jimmy Page para participar do projeto. O resultado da parceira foram os álbuns "No Quarter" (1994) e "Walking Into Clarksdale" (1998).
"Mighty ReArranger" viria em 2005. No entanto, só em 2007 - e, mais uma vez, Plant não estaria sozinho - viria o premiado e excelente "Raising Sand", com Alison Krauss. No final de 2007, em 10 de dezembro, o vocalista faria outra reunião com os ex-companheiros para um show de duas horas em homenagem ao Ahmet Ertegun na O2 Arena em Londres. Na bateria, estava Jason Bonham. A novidade seria o uso pela primeira e única vez do nome Led Zeppelin. Foi um grande sucesso, o que levou aos questionamentos de uma possível "tour" (que foi recusada por Plant, que preferiu fazer os shows com Alison Krauss). O produto (CDs/DVDs) de 2007 somente seria lançado em 2012.
Em 2010, veio "Band Of Joy" e recentemente a "tour" com a "Sensational Space Shifters" (que passou pelo Brasil, assim como a "No Quater Tour").
Próximo passo? Robert Plant afirmou que está chegando numa idade que precisará de ajuda para atravessar a rua. Aposentadoria? Provavelmente não. Foi só mais uma desculpa para não fazer mais shows com os ex-companheiros do Led Zeppelin.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O TEMPO DO ZEPPELIN


O tempo do Led Zeppelin pode ser exato (1968-1980) ou não. 

Foram seis semanas de ensaios para o extraordinário show no O2 Arena em 2007. 

Foram, depois, mais cinco anos para produzir e lançar o show em filme e CDs. John Paul Jones fez uma referência ao conceito de tempo do Zeppelin, algo como 5 anos significariam 5 minutos.

Apesar de todo o tempo gasto e do sucesso do show de 2007, foi um único show e pronto. 

Houve propostas milionárias para uma "tour", mas o vocalista Robert Plant recusou a ideia. 

Os outros três membros até pensaram nesta possibilidade, mas logo John Paul Jones formaria o Them Crooked Vultures com Josh Homme e Dave Grohl e o projeto não iria para frente.

De fato, Jason, o filho de John Bonham, já havia tocado com o Led Zeppelin algumas vezes, inclusive no dia do seu casamento. Não havia novidade. 

Foi o baterista do álbum e da "tour" do "Outrider" do Jimmy Page. Jason Bonham conhece praticamente todos os piratas do Zeppelin e sabe exatamente como o seu falecido pai criava e tocava as músicas. Neste sentido, a sua performance no O2 Arena foi perfeita.

Como estilo próprio, no entanto, Jason nunca foi nem criativo e nem tão competente como o pai - basta ver, por exemplo, o seu solo de bateria em algum show da "tour" de "Outrider".

Ainda no que diz respeito ao sucesso de O2 Arena, merece destaque um depoimento de John Paul Jones: "O show parecia ser o primeiro de uma 'tour'." ("The show was felt like the first show of a tour.")

Não foi o que aconteceu. O Led Zeppelin foi uma banda da década de 1970 formada por quatro músicos que contavam com o apoio fundamental do empresário Peter Grant. Não foi por acaso, afinal, que no filme oficial do grupo em 1976 - "The Song Remains The Same" - apareciam cinco sequências de "fantasias": Grant, Robert Plant, Jimmy Page e John Bonham.

Com as mortes do baterista e do empresário, talvez realmente não teria sentido fazer uma "tour" ou mesmo gravar material inédito.

Assim, mesmo que por motivos pessoais, a decisão de Robert Plant preservou a memória da banda e reforçou o mito de um dos maiores grupos de rock da história.