segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O TEMPO DO ZEPPELIN


O tempo do Led Zeppelin pode ser exato (1968-1980) ou não. 

Foram seis semanas de ensaios para o extraordinário show no O2 Arena em 2007. 

Foram, depois, mais cinco anos para produzir e lançar o show em filme e CDs. John Paul Jones fez uma referência ao conceito de tempo do Zeppelin, algo como 5 anos significariam 5 minutos.

Apesar de todo o tempo gasto e do sucesso do show de 2007, foi um único show e pronto. 

Houve propostas milionárias para uma "tour", mas o vocalista Robert Plant recusou a ideia. 

Os outros três membros até pensaram nesta possibilidade, mas logo John Paul Jones formaria o Them Crooked Vultures com Josh Homme e Dave Grohl e o projeto não iria para frente.

De fato, Jason, o filho de John Bonham, já havia tocado com o Led Zeppelin algumas vezes, inclusive no dia do seu casamento. Não havia novidade. 

Foi o baterista do álbum e da "tour" do "Outrider" do Jimmy Page. Jason Bonham conhece praticamente todos os piratas do Zeppelin e sabe exatamente como o seu falecido pai criava e tocava as músicas. Neste sentido, a sua performance no O2 Arena foi perfeita.

Como estilo próprio, no entanto, Jason nunca foi nem criativo e nem tão competente como o pai - basta ver, por exemplo, o seu solo de bateria em algum show da "tour" de "Outrider".

Ainda no que diz respeito ao sucesso de O2 Arena, merece destaque um depoimento de John Paul Jones: "O show parecia ser o primeiro de uma 'tour'." ("The show was felt like the first show of a tour.")

Não foi o que aconteceu. O Led Zeppelin foi uma banda da década de 1970 formada por quatro músicos que contavam com o apoio fundamental do empresário Peter Grant. Não foi por acaso, afinal, que no filme oficial do grupo em 1976 - "The Song Remains The Same" - apareciam cinco sequências de "fantasias": Grant, Robert Plant, Jimmy Page e John Bonham.

Com as mortes do baterista e do empresário, talvez realmente não teria sentido fazer uma "tour" ou mesmo gravar material inédito.

Assim, mesmo que por motivos pessoais, a decisão de Robert Plant preservou a memória da banda e reforçou o mito de um dos maiores grupos de rock da história.