quarta-feira, 11 de junho de 2014

KISS - ALIVE II

O Gene Simmons (do Kiss) afirmou que não se importaria se seu rosto estivesse em rolos de papel higiênico desde que as pessoas pagassem por isso.
 

Esse princípio explica muitas coisas sobre o grupo como usar uma música do disco solo do Ace Frehley numa coletânea do tipo “the best” (a música ficou totalmente fora do contexto).
 

As “paqueras” do suposto “sex symbol” Paul Stanley com as baladas e a “dance music” eram óbvias (constrangedoras, algumas vezes). Não eram originais, afinal, Mick Jagger, já havia feito isso.
Ouvi o Kiss mesmo na minha adolescência. Adorava o Alive I e o Alive II. Gostava do barulho e pronto.
 

Voltei, recentemente, a ouvir o Alive II e percebi uma coisa óbvia: a música “Any Way You Want It” é totalmente no estilo Beatles e Monkees. Qualquer um consideraria algo assim, no mínimo, meio estranho. No entanto, vindo do Kiss, ninguém leva a sério mesmo.

ROCK: ESPOSAS, NAMORADAS & GROUPIES

O recente suicídio de L'Wren Scott lembrou-me do fim trágico de algumas garotas que se envolveram com músicos famosos de rock n roll.

A morte de Scott causou um impacto no seu namorado, Mick Jagger, que o levou a cancelar as datas da turnê dos Rolling Stones na Austrália. Entretanto, nem sempre foi assim. Algumas garotas foram, aparentemente, abandonadas pelos seus namorados ou amigos famosos.

Um desses casos foi a ex-esposa do guitarrista dos Stones, Krissy Wood. Ela “morreu, aos 57 anos, de uma overdose de Valium (...) abandonada e sem dinheiro. A mulher que teve casos com Eric Clapton, George Harrison, John Lennon e Jimmy Page e foi casada com Ronnie Wood foi reduzida a uma pessoa que vendia lembranças do seu passado e ainda procurava emprego em supermercados.” (Anna Pukas, Rolled Over By The Stones)

Em outro artigo, tratei de outras duas garotas que estiveram com os Rolling Stones...*

Em 1970, Michele Breton e Anita Pallenberg participaram, com Mick Jagger, do filme "Performance". De acordo com Robert Greenfield, Breton, na época do filme, com 17 anos, "cabelo curto e peitos tão grandes que chegam a chocar - junto com Mick e Anita, aparece nua na cena da banheira."
Depois de passar décadas como usuária de drogas em vários países, Breton foi encontrada em Berlim em 1995 e disse - ainda de acordo com Greenfield:

"não fiz nada na vida. (...) Onde tudo começou a dar errado? Não consigo me lembrar. É mais ou menos coisa de destino."

Parece que o que aconteceu com Pallenberg não foi muito diferente, ou pelo menos ela não possui o mesmo poder que os seus companheiros Jagger e Richards continuam a ter no século XXI.

As pioneiras no universo das groupies estavam no grupo GTO - Girls Together Outrageously. A mais famosa delas foi Pamela Des Barres. Ela não teve um fim trágico, pelo contrário, ficou famosa quando contou as suas experiências com as estrelas do rock em um livro chamado “I’m With The Band”.

A pior fama – considerados “selvagens” pelas loucuras que promoviam nos bastidores das turnês – pertencia aos músicos do Led Zeppelin. John Bonham era o violento. John Paul Jones não participava das orgias e dos principais eventos dos bastidores. Robert Plant era muito jovem, deslumbrado e fascinado com o status do estrela do rock e talvez o que se mais se envolvia com as groupies. Jimmy Page era envolvido com magia negra, sadomasoquismo e bastante envolvido com as groupies. Isso era confirmado – pelo menos no caso do guitarrista do Led Zeppelin - por Pamela de Barres em uma entrevista a revista Uncut:

“Antes de nos conhecermos, eu estava com medo de Jimmy e determinada a não me apaixonar por seu charme quando o Led Zeppelin estivesse L.A. Merecida ou não, a sua reputação como um indivíduo impertinente e debochado o precedia. Mas ele tinha a intenção de me fazer apaixonar por ele, e não demorou muito. Ele me enviou notas, pegou meu número de telefone e facilmente me convenceu de que iria valer a pena. Ele mantinha chicotes em sua mala de viagem na estrada, mas nunca tentou usá-los em mim. Ele definitivamente tinha um lado sexual perverso, o que fez dele um amante transcendente.”**

Os músicos, normalmente, não comentavam sobre as groupies e nem havia grandes rivalidades entre eles neste sentido. Quando Jimmy Page ficou com a esposa de Ron Wood, o guitarrista dos Stones ligou para ele para perguntar se estava tudo bem com ela. Na época, Ron Wood estava com a namorada de Page, Bebe Buell, que relatou o que acontecia na época:

“É especialmente difícil para mim porque eu namorei Page quando ele estava no seu mais glorioso e divino momento. 1973-1974. Ele nunca tentou usar chicotes ou qualquer outro material. (...) ele era muito normal no quarto e muito romântico!
(...) [Mas] Ele fugiu com a esposa de Ron Wood e acabei tendo o mês mais divertido da minha vida vivendo na casa de Woody em Richmond Hill, enquanto Todd estava na Índia em uma busca espiritual.
(...) Quando Jimmy descobriu que eu estava com o Woody, ele me chamou e disse que iria enviar Chrissie Wood para a casa, se eu deixasse Todd uma vez por todas. Recusei e o resto é história.”

Todd Rundgren foi casado com Bebe Buell e assumiu a paternidade da sua filha Liv. A menina descobriria só aos 11 anos que o seu pai biológico era, de fato, Steven Tyler do Aerosmith. Então, passou a usar o seu sobre nome (Liv Tyler).

O troca-troca de casais parecia algum confuso. Entretanto, as groupies não se consideravam ingênuas. Michelle Overman:

“Mas nós estávamos fazendo exatamente o que queríamos fazer! Nós estávamos apaixonadas pela música e esses caras eram as respostas às nossas orações. Eles nos queriam lá e nos tratavam como deusas.”

Isso era verdade, mas só em parte, afinal, os músicos, em sua maioria, eram casados e tinham filhos (como no caso do Led Zeppelin) e não queriam saber das groupies quando voltavam para as suas casas.

Por outro lado, essas garotas, na década de 1970, eram, em grande parte, adolescentes, algumas com 13, 15 ou 17 anos. Os aviões particulares, as limousines, as festas e o glamour realmente significavam um atrativo forte e uma possibilidade de viver, pelo menos por alguns momentos, um “conto de fadas”.

Nem todas, porém, souberam lidar com o envelhecimento e com o anonimato. As drogas, especialmente a cocaína, representaram um caminho definitivo para a decadência – como foram os casos de Brandi Brandt, famosa playmate casada com o baixista do Mötley Crüe – Nikki Sixx – e Tawny Kitaen – ex-esposa de David Coverdale do Whitesnake.

domingo, 1 de junho de 2014

OBVIEDADES SOBRE O LED ZEPPELIN

Apesar de serem músicos talentosos, dificilmente o Led Zeppelin passaria despercebido no universo do rock n roll. Jimmy Page e John Page Jones eram músicos de estúdios, que prestaram serviços para diversas bandas de rock nos anos 1960, como The Rolling Stones e The Who, entre outros.

Robert Plant e John Bonham não eram famosos e eram bastante jovens. Jimmy Page, criador e líder incontestável do Led Zeppelin, no início, não sabia qual linha musical seguir: algo mais “folk” ou alguma coisa mais pesada. Quando Page ouviu John Bonham pela primeira vez, claro, estaria definido o som do grupo.

A ideia de formar a banda vinha de uma necessidade prática: Jimmy Page era guitarrista no Yardbirds e os outros músicos desistiram da banda e ainda faltavam shows a cumprir na Escandinávia.

Page e o empresário do Yardbirds decidiram convocar os novos músicos para cumprir o contrato.

Os primeiros shows, com a formação do Led Zeppelin, foram, assim, sob o nome New Yardbirds. O grupo teria que se apresentar com outro nome só mais uma vez e foi na Alemanha, no início da carreira porque uma senhora da tradicional família associada ao Zeppelin não admitia o uso do nome em shows no país. Com o sucesso, isso deixou de ser problema.

Jimmy Page e Peter Grant sabiam exatamente o que queriam para o Led Zeppelin. O lugar da banda tinha que ser os Estados Unidos e não a Inglaterra. Sabiam que tinham que trabalhar muito para construir uma identidade para o grupo.

Foram nove “tours” (excursões) pelos Estados Unidos entre 1968 e 1973.

Jimmy Page já era famoso antes do Led Zeppelin. Isso e a experiência do empresário Peter Grant garantiram um excelente contrato com a gravadora Atlantic.

Se na primeira “tour”, a banda passou um pouco despercebida em alguns lugares, depois da segunda excursão, não havia dúvida, todos sabiam da fama do Led Zeppelin.

Para tanto, do ponto de vista empresarial, Peter Grant adotou alugmas estratégias: o grupo não apareceria na televisão (que tinha um som péssimo na década de 1970), não seriam lançados compactos (quem quisesse, teria que comprar os álbuns), fretou um avião (“The Starship”) que daria mais liberdade para o grupo nos Estados Unidos, todos deveriam evitar a imprensa e os músicos eram intocáveis (mesmo considerando as confusões envolvendo coisas como magia negra, violência, mortes, sadomasoquismo, garotas menores de idade e orgias).

O segundo álbum do Led Zeppelin foi gravado na estrada, o que significaria que, ali, seria sistematizada a imagem da banda: som pesado, letras sexuais e “blues”.

O disco mais as lendas em torno das histórias de bastidores do grupo não deixavam dúvida: nascia um mito.

O contexto histórico era a favor ao Led Zeppelin, afinal, acabara fase “paz e amor” dos anos sessenta e a nova década “pedia” novos estilos para uma nova juventude.

Não tinha como errar. E não houve erro. Led Zeppelin e década de 1970, em termos de rock n roll, tornaram-se sinônimos.