O
recente suicídio de L'Wren Scott lembrou-me do fim trágico de algumas
garotas que se envolveram com músicos famosos de rock n roll.
A
morte de Scott causou um impacto no seu namorado, Mick Jagger, que o
levou a cancelar as datas da turnê dos Rolling Stones na Austrália.
Entretanto, nem sempre foi assim. Algumas garotas foram, aparentemente,
abandonadas pelos seus namorados ou amigos famosos.
Um desses casos foi a ex-esposa do guitarrista dos Stones, Krissy Wood.
Ela “morreu, aos 57 anos, de uma overdose de Valium (...) abandonada e
sem dinheiro. A mulher que teve casos com Eric Clapton, George Harrison,
John Lennon e Jimmy Page e foi casada com Ronnie Wood foi reduzida a
uma pessoa que vendia lembranças do seu passado e ainda procurava
emprego em supermercados.” (Anna Pukas, Rolled Over By The Stones)
Em outro artigo, tratei de outras duas garotas que estiveram com os Rolling Stones...*
Em 1970, Michele Breton e Anita Pallenberg participaram, com Mick
Jagger, do filme "Performance". De acordo com Robert Greenfield, Breton,
na época do filme, com 17 anos, "cabelo curto e peitos tão grandes que
chegam a chocar - junto com Mick e Anita, aparece nua na cena da
banheira."
Depois de passar décadas como usuária de drogas em
vários países, Breton foi encontrada em Berlim em 1995 e disse - ainda
de acordo com Greenfield:
"não fiz nada na vida. (...) Onde tudo começou a dar errado? Não consigo me lembrar. É mais ou menos coisa de destino."
Parece que o que aconteceu com Pallenberg não foi muito diferente, ou
pelo menos ela não possui o mesmo poder que os seus companheiros Jagger e
Richards continuam a ter no século XXI.
As pioneiras no
universo das groupies estavam no grupo GTO - Girls Together
Outrageously. A mais famosa delas foi Pamela Des Barres. Ela não teve um
fim trágico, pelo contrário, ficou famosa quando contou as suas
experiências com as estrelas do rock em um livro chamado “I’m With The
Band”.
A pior fama – considerados “selvagens” pelas loucuras
que promoviam nos bastidores das turnês – pertencia aos músicos do Led
Zeppelin. John Bonham era o violento. John Paul Jones não participava
das orgias e dos principais eventos dos bastidores. Robert Plant era
muito jovem, deslumbrado e fascinado com o status do estrela do rock e
talvez o que se mais se envolvia com as groupies. Jimmy Page era
envolvido com magia negra, sadomasoquismo e bastante envolvido com as
groupies. Isso era confirmado – pelo menos no caso do guitarrista do Led
Zeppelin - por Pamela de Barres em uma entrevista a revista Uncut:
“Antes de nos conhecermos, eu estava com medo de Jimmy e determinada a
não me apaixonar por seu charme quando o Led Zeppelin estivesse L.A.
Merecida ou não, a sua reputação como um indivíduo impertinente e
debochado o precedia. Mas ele tinha a intenção de me fazer apaixonar por
ele, e não demorou muito. Ele me enviou notas, pegou meu número de
telefone e facilmente me convenceu de que iria valer a pena. Ele
mantinha chicotes em sua mala de viagem na estrada, mas nunca tentou
usá-los em mim. Ele definitivamente tinha um lado sexual perverso, o que
fez dele um amante transcendente.”**
Os músicos, normalmente,
não comentavam sobre as groupies e nem havia grandes rivalidades entre
eles neste sentido. Quando Jimmy Page ficou com a esposa de Ron Wood, o
guitarrista dos Stones ligou para ele para perguntar se estava tudo bem
com ela. Na época, Ron Wood estava com a namorada de Page, Bebe Buell,
que relatou o que acontecia na época:
“É especialmente difícil
para mim porque eu namorei Page quando ele estava no seu mais glorioso e
divino momento. 1973-1974. Ele nunca tentou usar chicotes ou qualquer
outro material. (...) ele era muito normal no quarto e muito romântico!
(...) [Mas] Ele fugiu com a esposa de Ron Wood e acabei tendo o
mês mais divertido da minha vida vivendo na casa de Woody em Richmond
Hill, enquanto Todd estava na Índia em uma busca espiritual.
(...)
Quando Jimmy descobriu que eu estava com o Woody, ele me chamou e disse
que iria enviar Chrissie Wood para a casa, se eu deixasse Todd uma vez
por todas. Recusei e o resto é história.”
Todd Rundgren foi
casado com Bebe Buell e assumiu a paternidade da sua filha Liv. A menina
descobriria só aos 11 anos que o seu pai biológico era, de fato, Steven
Tyler do Aerosmith. Então, passou a usar o seu sobre nome (Liv Tyler).
O troca-troca de casais parecia algum confuso. Entretanto, as groupies não se consideravam ingênuas. Michelle Overman:
“Mas nós estávamos fazendo exatamente o que queríamos fazer! Nós
estávamos apaixonadas pela música e esses caras eram as respostas às
nossas orações. Eles nos queriam lá e nos tratavam como deusas.”
Isso era verdade, mas só em parte, afinal, os músicos, em sua maioria,
eram casados e tinham filhos (como no caso do Led Zeppelin) e não
queriam saber das groupies quando voltavam para as suas casas.
Por outro lado, essas garotas, na década de 1970, eram, em grande
parte, adolescentes, algumas com 13, 15 ou 17 anos. Os aviões
particulares, as limousines, as festas e o glamour realmente
significavam um atrativo forte e uma possibilidade de viver, pelo menos
por alguns momentos, um “conto de fadas”.
Nem todas, porém,
souberam lidar com o envelhecimento e com o anonimato. As drogas,
especialmente a cocaína, representaram um caminho definitivo para a
decadência – como foram os casos de Brandi Brandt, famosa playmate
casada com o baixista do Mötley Crüe – Nikki Sixx – e Tawny Kitaen –
ex-esposa de David Coverdale do Whitesnake.