Compreendo o “elogio ao suicídio” presente na música pop desde, pelo menos, “My Generation” do The Who, que dizia algo como “espero morrer antes de ficar velho”.
O vocalista e o guitarrista da banda não cumpriram a profecia da música.
O tumblr não existiria sem o niilismo
da época atual e, claro, da problemática associada ao suicídio.
A mesma coisa acontece
com o fenômeno das garotas tatuadas (bissexuais e “fora” do padrão da moda) do
website Suicide Girls.
Neste contexto, pode
entrar na categoria de “clássico” o álbum “Murder
Ballads” do Nick Cave & The Bad
Seeds, com a belíssima canção “Death
Is Not The End”.
O tumblr é
diferente da “felicidade photoshop” do facebook. Um nome, porém, aparece
bastante em ambos espaços virtuais: Lana
Del Rey. Ela é uma cantora pop que, em
suas letras, fala também de suicídio, como em
“Summertime Sadness”. Ela não
é original e parece ter sido fabricada para ser aceita pelos jovens da
atualidade. Parece que funcionou.
O “elogio ao suicídio” não significa que, de fato, as pessoas que se identificam com essa
tendência queiram
realmente suicidar. Elas
continuam vivas, apesar de perceberam que a vida não faz sentido. Elas não
querem fingir que são felizes o tempo inteiro (algo que ninguém é). Buscam o direito
de ficar tristes e de poder conversar sobre a morte. Trata-se, neste sentido,
de uma postura razoável.