A pessoa deve saber quando sair de cena.
Não parece adequado insistir em algo que deu certo só para agradar o (s) outro (s).
Uma namorada, certa vez, demonstrou irritação com uma ex que queria voltar: “ela já teve a vez dela.”
Foco. Viver intensamente o aqui e o agora para não arrepender depois. Em suma... “timing”.
Ficar no arrependimento é, mais uma vez, perder o aqui e o agora.
Nem sempre existe paciência para lidar com gente inteligente, sensível e diferente.
Isso não significa deixar de perceber que a pessoa seria inteligente, sensível e diferente.
Já comentei que (quando vi o Nirvana ao vivo) estava sem paciência com
Kurt Cobain e companhia e, se dependesse só de mim (não estava sozinho),
teria ido embora mais cedo do estádio.
Valeu ficar e ver o bis
com os músicos trocando de lugares (Kurt foi para a bateria!!) e tocando
covers de bandas como The Clash e Duran Duran.
Não compreendo o
fascínio de muitos pelo Foo Fighters ou pelo Pearl Jam. Já tentei, de
fato, conhecer as duas bandas, especialmente no caso do ex-músico do
Nirvana. Não deu.
Eu sou fã do Led Zeppelin e vejo com simpatia
(apesar dos exageros) os elogios de Dave Grohl quanto ao histórico e
importância do grupo inglês para o rock ‘n’ roll. Contudo, não consigo
deixar de ver o Grohl como um adolescente deslumbrado que teve a sorte
de tocar no Nirvana.
Gosto bem mais da postura do Krist
Novoselic quando não insiste em criar um mega projeto para si mesmo a
partir de um passado que era definido por Cobain.
Acho interessante a postura do “ok, aquele foi o momento e pronto”.
Sobre o meu mal estar diante do show do Nirvana no Morumbi, parece que eu não fui o único caso:
"110 mil pessoas e a maior multidão para a qual o Nirvana já tocou,
tanto a equipe como a banda se lembram dele como a pior apresentação que
já haviam feito."*
De acordo com Mariana Tramontina, se, no caso do show do Rio,
“partes (...) integram o registro ao vivo da banda ‘Live! Tonight! Sold
Out!!’, lançado em VHS em 1994 e em DVD em 2006, (...) o show do
Nirvana no Morumbi, no entanto, [tornou-se] um objeto de desejo dos fãs
de toda parte do mundo. Em tempos quando não havia smartphone e que
câmeras portáteis não eram tão acessíveis, pouco registro se tem daquela
apresentação.”**
Naquele festival vi também Alice in Chains (AIL).
Não fui no último Rock in Rio. Lembro que estava num bar, em
Uberlândia, e na televisão passava os shows do festival. Fiquei meio
surpreso ao ver o AIL. O vocalista era outro (claro) mas tudo parecia
mais uma banda cover do AIL do que o grupo original.
É a velha
história do “aqui e agora” ou do “só se vive uma vez”. Ficar repetindo
seria uma forma de continuar sobrevivendo e, ao mesmo tempo, de deixar
de viver.
Pois é.
(*) Charles R. Cross, "Mais Pesado que o
Céu", Apud, Mariana Tramontina, Há 20 anos, Nirvana fazia "pior show" da
carreira no Hollywood Rock do grunge. http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2013/01/16/ha-20-anos-nirvana-fazia-em-sao-paulo-show-mais-surreal-e-emblematico-da-carreira.htm
(**) Mariana Tramontina, Há 20 anos, Nirvana fazia "pior show" da carreira no Hollywood Rock do grunge. http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2013/01/16/ha-20-anos-nirvana-fazia-em-sao-paulo-show-mais-surreal-e-emblematico-da-carreira.htm