domingo, 29 de maio de 2011

RIVALIDADES E INTRIGAS NO ROCK N' ROLL

Quem gosta de rock, sabe que a "alma" dos Rolling Stones seria o Keith Richards. O Mick Jagger seria o showman e o economista, aquele que cuidaria administrar da própria imagem e saberia como tirar proveito da banda. Existe uma história (ou seria lenda?) que quando o Jagger decidiu escrever as suas memórias, se deparou com um problema: ele não lembrava de nada...
Jagger tentou carreira solo na década de 1980, mas não deu certo. Richards foi claro: ele precisa da banda. Estava certo. Os Rolling Stones nunca separaram ou pararam de gravar ou de fazer shows. Há uma continuidade na história do grupo, definida a partir da dupla de compositores.
Durante muito tempo, os Stones carregaram o título de maior banda de rock do mundo, mesmo na década de 1970, quando o destaque era o Led Zeppelin. Tudo seria perfeito se, antes deles, não existissem os Beatles. O olhar de John Lennon para Jagger e seu grupo sempre foi de um certo desprezo. Mesmo em sua última entrevista, antes de ser assassinado, Lennon ironizava o fato dos Stones ainda estarem juntos: 
"Quando você tem 16 anos é certo ter companhias e ídolos masculinos. É coisa de tribo, tudo bem. Mas, quando você ainda faz isso aos 40, significa que, na cabeça, você ainda não passou dos 16." 
Na mesma entrevista, Lennon disse que ele e o Paul McCartney deram uma música para os Rolling Stones: "I wanna be your man". E completou: 
"uma esmola. Isso mostra a importância que a gente atribuía a eles. Nós não lhes daríamos algo que fosse realmente estrondoso, não é?"
O desprezo de Lennon em relação ao Mick Jagger aparece claro no musical organizado pelos Stones "Rock n' Roll Circus". Nas entrevistas, o vocalista dos Beatles sempre se referia à Jagger como "Michael"...
A competição entre os músicos de rock nunca foi novidade. Jimmy Page, na época do auge do Led Zeppelin, quando o grupo quebrava todos os recordes de público e de venda de discos, reclamava que a imprensa insistia em dar destaque aos Stones. Não foi por acaso, que durante a existência do grupo, raras eram as entrevistas de Page, Plant, Jones e Bonham. Em atividade, o Led Zeppelin não aparecia em programas de televisão. Preferiam mostrar suas músicas ao vivo, nos shows e nos álbuns. Quando acharam que deviam dizer algo, fizeram um filme: "The Song Remains The Same". A banda acabou em 1980, com a morte do baterista. Como os Beatles, apesar das ofertas milionárias, os músicos recusaram seguir em frente sem John Bonham, o que só reforçaria o mito que se criou em torno do grupo.
Qualquer história do rock n' roll, inclui necessariamente os Beatles, os Rolling Stones e o Led Zeppelin. Houve músicos antes e depois, claro, mas os três aparecem como referências fundamentais para se entender a música feita na segunda metade do século XX. Assim, as rivalidades e intrigas podem ser lembradas. No entanto, não como algo determinante. Elas servem mais para criar os mitos deste estilo musical, que, no final das contas, acabam sendo negadas pelos músicos, como foi o caso do livro "Hammer of Gods", que tratava dos bastidores das tournées do Led Zeppelin.