quarta-feira, 7 de maio de 2014

ALICE COOPER E A ADOLESCÊNCIA NA DÉCADA DE 1970



Os anos 1970 poderiam ser definidos, em termos de rock n roll, em duas palavras: Led Zeppelin. Essa banda era sinônimo de excessos: qualidade musical, groupies, misticismo, violência...
A década de 1970 não era exatamente uma época de grande liberdade, principalmente aqui no Brasil, quando havia uma ditadura militar.
Ser adolescente, naquele período, era assumir riscos por coisas que hoje são consideradas aceitáveis e normais.
Os dois caminhos para os considerados rebeldes eram, num primeiro momento, passar uma temporada numa clínica psiquiátrica e, depois, caso não aceitasse a “normalidade”, o segundo caminho era basicamente ir para a prisão.
Representantes de igrejas evangélicas tentavam aceitar e recuperar os rebeldes. Elas apareciam como lugares “seguros” para debater as crises da adolescência. Havia dilemas, claro, porque elas significavam o oposto do mundo do rock n roll. Alice Cooper e Black Sabbath eram vistos como mensageiros do “lado negro” e, portanto, não era aceitável ouvir as suas músicas ou ouvir os seus discos. Na verdade, com essas bandas, era mais teatro. O que as pessoas nem sempre percebiam, obviamente, era que os verdadeiros envolvidos com misticismo e até magia negra era os músicos liderados por Jimmy Page no Led Zeppelin.
Não seria possível viver a adolescência numa década tão complexa e cheia de riscos, sem adquirir alguns traumas que reaparecem em pesadelos da vida adulta.
Tudo isso foi dito para reconhecer que ter tido tantas experiências naquela época influenciou numa decisão tola. Em um festival de rock, tive a oportunidade de ver o show do Alice Cooper. Era um dos “headliners”. Vi todas as bandas, mas antes do show do Alice Cooper, resolvi ir para o hotel descansar.
Teria que me contentar, posteriormente, com os DVDs da banda, quando sempre questiono se a decisão de não ver o show teria sido a mais acertada. Mas... Enfim... Talvez Freud explicaria... Passou e pronto.