Não
existe dúvida quanto ao Led Zeppelin ser o símbolo da década de 1970. O grupo
representava o oposto da geração “Paz & Amor” dos anos 1960.
Em
sua trajetória, a banda esteve envolvida com violência (a maior parte envolvia o baterista John Bonham), sexo com as fãs (uma das namoradas do
guitarrista Jimmy Page, na época, tinha só 13 anos de idade), misticismo (magia negra) e a condução
dos negócios lembrava o autoritarismo da máfia
(não foi por acaso, aliás, que foi dessa maneira que o empresário Peter Grant
quis ser retratado no filme oficial “The Song Remains The Same”.
O
filme “Laranja Mecânica”
gerou bastante polêmica nos anos 1970. O motivo seria “o elogio” da ultraviolência
do personagem principal, Alex, interpretado pelo ator Malcolm McDowell no filme
do Stanley Kubrick. John Bonham se identificou tanto com o personagem que
mandou fazer uma roupa idêntica a do filme e a usava nos shows do Led Zeppelin.
A
identificação com o nazismo também
chamava a atenção. Jimmy Page, em vários shows, fazia questão de se vestir como
um oficial do “Reich”.
O
nome do grupo, porém, em nada tinha a ver com essas problemáticas. Tratou-se de
uma sugestão do baterista Keith Moon,
que gostaria de formar um grupo que fosse, ao mesmo tempo, “pesado e capaz de
voar”. O guitarrista desse grupo (imaginado por Moon) seria o Jimmy Page.
As
letras das músicas do Led Zeppelin não apresentavam elogios à violência. Ao contrário, canções como
“Going To California” ainda retratavam o período de “Paz & Amor”:
“Decidi fazer um novo começo,
Indo para a Califórnia com uma dor no meu coração.
Alguém me disse que há uma garota por lá
Com amor em seus olhos e flores em seu cabelo”*
Indo para a Califórnia com uma dor no meu coração.
Alguém me disse que há uma garota por lá
Com amor em seus olhos e flores em seu cabelo”*
Já
o misticismo aparecia constantemente
nas letras do grupo (e mesmo nos símbolos dos músicos, nas fotos dos álbuns e
no roteiro do filme “The Song Remains The Same”). Não seria possível dissociar
o grupo dos boatos de magia negra, o que era reforçado por algumas letras
ambíguas.
Talvez
o livro que mais reforce o que foi Led Zeppelin na década de 1970 tenha sido “Hammer of Gods”. A fonte principal das
informações foi Richard Cole, braço
direito do empresário Peter Grant.
Deve ter ocorrido exagero numa história ou em outra, mas, claro, mesmo isso só
reforçaria o mito que foi criado em torno da banda e de sua trajetória os anos
1970.
(*) Tradução
em : http://letras.mus.br/led-zeppelin/80017/traducao.html